sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Pedalada sustentável



Ontem, pesquisando para o gerenciamento de clientes, vi uma notícia interessante. Um projeto chamado Zambikes capacita e incentiva zambianos a produzir bicicletas de bambu. E, o mais bacana: o dinheiro da venda das bikes é revestido para investimento sociais no próprio país. Atualmente eles conseguem vender cerca de 2.500 unidades por ano. As bicicletas podem ser compradas de qualquer lugar do mundo.


MAIS - A República da Zâmbia é um país africano sem costa marítima, próximo à Moçambique e que tem por capital uma cidade chamada Lusaka. O país ficou independente em 1964, tem pouco mais de 11,5 milhões de habitantes e vive, essencialmente, da exploração do cobre. A situação por lá é tão precária que, para vocês terem uma ideia, a expectativa de vida da população é de 42 anos, em média. Saiba mais sobre a Zâmbia aqui.

Agora, fico imaginando como seria pedalar uma bicicleta feita de bambu. E como será a dinâmica de fabricação dela. A notícia (que você pode ler na íntegra aqui) diz que as magrelas ecológicas são mais resistentes - o que as torna ainda mais viáveis, já que a estrutura urbana da Zâmbia não é lá essas coisas. Falta asfalto, calçamento.

Vale lembrar que a Zâmbia tem quase 50% da população desempregada e a taxa de alfabetização é baixíssima. Portanto, estimular a compra e a consequente produção dessas bicicletas por ser um simples e importante passo para ajudar o lugar a se desenvolver um pouquinho mais que seja.

Vamos ao diário.

O SEGUNDO DIA - Acordar foi bem difícil. Parece que o primeiro dia de pedalada deixou o corpo cansado como se tivesse corrido uma maratona. Desisti, inclusive, da saidinha light da quarta. Mas, tomei um bom café da manhã, organizei a mochila e me danei portão afora.

Lembram da ladeirinha do 3º quarteirão? Pois bem, ela já foi menos difícil. Engraçado, né? Só um dia e parece que já começo a acostumar. O sol estava bem forte, e suei mais do que imaginava. Mas aprendi quais rampas da calçada deveria subir e descer para não ter que desmontar da bicicleta sempre que me sentisse insegura com o trânsito. Mais uma vez, a chegada na agência foi tranquila.

Passou o dia e ainda senti a perna doer. "Natural", pensei. Só que era dia de levar equipamentos para casa, e a mochila foi arrumada com muita coisa para voltar. Às 19h, peguei a magrela e comecei a volta para casa. Devo primeiro confessar que, no primeiro dia, não aguentei o caminho inteiro da volta: desci da bike um trecho e a empurrei por uns dois quarteirões. Depois tomei coragem e segui. Dessa segunda vez, consegui chegar em casa só parando num semáforo e numa esquina bastante movimentada. E encarei todas as subidas!

Tentei, dessa vez, um percurso diferente. Ao invés de subir toda a rua em que o motorista super educado acelerou atrás de mim, peguei a rua paralela. Fui pela calçada, bem mais tranquila. Mas confesso que fiquei receosa com a segurança por falta de iluminação e tráfego de pedestres.

Cheguei em casa com as pernas trêmulas, tanto que quase tropecei em mim mesma quando fui sair do elevador (ia ser uma cena bonita, já que dois vizinhos subiam comigo e eu já estava morrendo de vergonha por achar que estaria nada cheirosa). Suada, com a cara toda vermelha e quase sem fôlego, mas fiz o percurso inteiro, dessa vez. Foram 12 minutos a menos que na quarta-feira. Boa marca, não?

A volta do segundo dia me fez pensar em motivação, como quando era atleta na época da escola. Aquela coisa de mentalizar "só mais um pouco, só mais um pouco" e "tá chegando, tá chegando"! Bom, pareceu funcionar.

Outra coisa que me levou a refletir sobre subidas: uma vez a mulher de um colega me falou da experiência dela em andar de bike na capital federal. E ela me disse que "subir ladeira pedalando é uma questão de ritmo". Pensando nisso, começo a tentar achar o meu. Quando vejo que estou muito afobada, diminuo a velocidade, buscando um ponto de equilíbrio entre a força e o ritmo da pedalada.

Bom, vamos ver se funciona.

Amanhã vamos falar sobre a relação do ciclista com o trânsito de Natal. Estou esperando, inclusive, o depoimento de um leitor soteropolitano (meu quase conterrâneo) que esteve por aqui e passou pela experiência de pedalar na Cidade do Sol.

5 comentários:

  1. Paty mentalizar é o ideal, mas tem dias e dias ne, as vezes qd chego no Alphavile parece que a feirinha de Pium nao vai chegar nunca, hehehehehehe, beijos

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  2. Massa demais!! Boa ideia de diário comunicativo... Força nos pedais e liberdade pra cabeça...

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  3. Oi Patrícia,

    Agora que vi seu blog...
    Fantástica a sua perseverança; é por aí mesmo. No início o corpo reage pelo o fato de você estar sendentária há muito tempo; o importante é não forçar muito no início para que não sofra alguma lesão, principalmente de joelho; aconteceu comigo também, mas a dica de meu ortopedista foi descansar por uma semana e utilizar bastante gelo nas 48 horas.
    Com o tempo você adquire o condicionamento...você também pode fazer um reforço muscular em uma academia.

    Bom pedal para todos e um final de ano com menos violência no trânsito e mais bikes nas ruas.

    Abraços,

    Gil Chaves (Salvador-BA)

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